



O Castelinho construído pelo Sr. Pinheiro na Av. Pedro Salles,(Saudades). Quando falaram que ele iria ser tombado patrimônio histórico, os donos correram antes e o tombaram literalmente. Jogaram ao chão essa obra prima, sem dúvida, incalculável perda para memória de uma cidade que ostentou riqueza e sabedoria no seu passado, formosa pela beleza de seus casarões.

Lavras que começou pela investida dos bandeirantes vindos de São Paulo e teve tantos casarões maravilhosos, hoje ainda vemos descaso para com algumas memoráveis construções do início do século, algumas do século passado. Desde alguns anos atrás, temos presenciado uma destruição sequencial do patrimônio arquitetônico lavrense, como o que aconteceu com o Teatro Municipal. Construções que fizeram parte da história de nossa cidade e que contavam através das paredes muito de nossa história e de nosso passado, elas foram demolidas e substituídas por prédios ou Lojas.
Nada contra o progresso, apenas lembro que as duas coisas podem viver em harmonia e em perfeita ordem. Temos um exemplo disto nas construções da rua Santana que tiverem uma forte reforma, sem, no entanto, prejudicar a arquitetura dos imóveis. Se não procedermos seguindo esta mentalidade, nossa história e sua memória podem se perder, se não nos atentarmos para este problema que é algo preocupante nos dias de hoje. Faltam medidas e incentivos para que o patrimônio histórico da cidade seja preservado, seguindo o exemplo do Circuito Ferroviário Vale Verde, que cumpre o seu propósito de resgatar a memória da antiga RFFSA ao recuperar seu patrimônio abandonado pelo descaso.
A prefeitura sem recursos para restauração e sem um restaurador que possa orientar adequadamente sobre o assunto, simplesmente não pode sair tombando imóveis a deus dará, isto é uma realidade. Sabemos que quanto tombamos um patrimônio ele fica engessado a regras de utilização, negociação e preservação. É uma questão polêmica sem dúvida, mas pela dificuldade de recursos cada vez mais escassos e ausência de projetos nesta área, vivemos as voltas com a deterioração do patrimônio histórico e cultural da cidade.
Há alguns anos atrás, trouxemos a Lavras uma restauradora profissional certificada, competente e com referências das melhores possíveis do meio. Ela fez uma avaliação de alguns problemas para ela visíveis nos locais onde esteve. Há muitos problemas.
O que queríamos com a visita dessa profissional, a Restauradora Liliana Medina do estado do Rio de Janeiro, era com o apoio do Sebrae, organizar um curso de restauração com certificação e com duração a ser definida pela profissional que irá ministrar o curso.
Seria uma maneira de contribuir para o melhoramento e a conscientização dos profissionais da área, seu aprimoramento ou formar novos. O curso seria aberto para todos que desejassem trabalhar com restauração de peças antigas, mas também iria preparar e capacitar pessoas para identificar problemas, erros, e executar trabalhos em uma obra de restauração, claro que com acompanhamento! Seria nossa contribuição para a preservação do patrimônio em nossa cidade. No final do Curso receberiam os participantes um certificado reconhecido.
Quem sabe um dia isso funcione...