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As charges circulam num palco de infinitas possibilidades de interpretação e muitas vezes mascaram a intenção ideológica com o estímulo ao riso. A produção de material chargístico se alimenta dos últimos acontecimentos políticos e sociais e se pauta em formações discursivas que permitem a manifestação de formações ideológicas que fornecem as representações necessárias para ver e dizer o mundo.
Ao proporcionar uma releitura das notícias, ao mesmo tempo em que sugere, a charge esconde significados, constituindo-se como um discurso polifônico e dialógico. Nele, a memória discursiva restabelece saberes pré-construídos, trazendo consigo um percurso de leitura já escrito discursivamente em outro lugar.
É neste jogo de sentidos que o discurso chargístico se constrói como um mosaico de já- ditos, como uma trama tecida a partir de inscrições históricas, sociais e ideológicas que reclamam novos significados. O objetivo desta análise é compreender como a formação discursiva de charges produzidas por chargistas e publicadas por Jornais se constituem na relação com o inter discurso – a memória do dizer, sentidos do que é dizível e circula na sociedade. Desenvolvo este trabalho na perspectiva da interdiscursidade e do dialogismo, partindo da idéia de que o discurso da charge se inscreve num espaço de negociação entre os discursos artístico, político e jornalístico.
Assim eu aqui criei um espaço onde busco reciclar todo humor do mundo das charges, reaproveitando antigas, criando novas, unindo partes e umas com outras, em uma mistura que tras uma enorme gama de possibilidades de retratar o mundo em que vivemos.