Nesse período de crise econômica, o efeito nos microempreendedores pode ser ignorado. Afinal, a renda dos microempreendedores individuais caiu 20% entre abril de 2015 e 2016 na cidade de São Paulo, segundo a pesquisa Indicadores Sebrae-SP. Esses números se materializam em uma perda de brilhos nos olhos nas pessoas: nas visitas que fazemos vemos que muitos estão inertes, como se estivessem apenas esperando a crise passar, sem ideias e projetos novos. Diante das dificuldades da tal crise, como responder às novas necessidades dos empreendedores? Se todos estão blasé, como acender a caldeira da locomotiva que são essas pessoas trabalhadoras? Se estão fechados em si, como fazer para abrirem-se? Como fazer uma barreira virar uma alavanca?
Em um mercado que se contrai a situação parece incontornável quando fazemos estas perguntas. Mas é nessas horas que se deve ouvir os conselhos dos mais experientes. Um desses conselhos, de um integrante da diretoria da nossa instituição, foi: “… em tempos de dificuldade é importante voltar às origens”.
Vale também citar uma frase do filósofo Reinhold Niebuhr “Não há pior resposta do que aquela a uma pergunta que não foi feita”. Com isso em mente, as respostas agora estão mais próximas!
Para superar a inércia gerada pela crise econômica o ponto central se torna fazer emergir as inquietações presentes dentro dos empreendedores, pois só interagindo com a realidade é possível reagir dentro de sua atividade produtiva.
Ou seja, apenas por despertar a vontade de levantar a sua empresa é possível superar a crise. Abrir a si a novas situações, se adequar a elas e encontrar as possibilidades é que faz o empreendedor ultrapassar as dificuldades do momento. Possibilidades estas que podem ser de mercado, como oferecer um produto novo ou trabalhar em novas parcerias, mas também de própria estrutura interna da empresa, como aproveitar o tempo livre dos funcionários para estruturar melhor as funções e atividades de cada um.
Aprofundando quem somos foi possível dar um passo a frente no trabalho que desenvolvemos com os microempreendedores: é no trabalho homem a homem e aprofundando a situação de cada um deles que foi possível encontrar as novas fronteiras de cada situação. É assim que propomos soluções diferentes, simples e inovadoras.
É sempre diante de dificuldades que se encontra um novo caminho, que leva a novas dificuldades para encontrar novos caminhos. Com esta bola de neve se constrói o trabalho cotidiano e se alcançam novos horizontes, mas para os quais é importante estar abertos e positivos.
Para concluir, fecho com uma frase que li em um restaurante onde almoço muitas vezes: em uma “placa” de pano bordada à mão contém alegremente os dizeres “Sim, eu ouvi falar da crise, mas decidi que eu e minha empresa não vamos participar”. Aqui, o desafio vira oportunidade.